Terminada minha cobertura da 46ª Mostra Internacional de São Paulo, anoto aqui, para quem se interessar, os filmes vistos pela primeira vez, do melhor ao pior, com links para os textos que escrevi para a Folha, o site Leitura Fílmica e este blog.
O Filme da Escritora (So-Seol-Gaq-Ui Yeong-Hwa, 2022), de Hong Sang-soo
Um dos melhores filmes de Hong Sang-soo nos últimos dez anos.
Benção (Benediction, 2021), de Terence Davies
A pontuação inventiva e a classe da encenação de Terence Davies.
Armageddon Time (2022), de James Gray
Tocante, meio autobiográfico e nada racista relato de uma infância.
Até Sexta, Robinson (À Vendredi, Robinson, 2021), de Mitra Farahani
Belo encontro entre almas de cinema.
Restos do Vento (2022), de Tiago Guedes
Um filme que inicia como Saló e se desenvolve como Mystic River.
Crônica de uma Relação Passageira (Chronique d’une Liaison Passagère, 2022), de Emmanuel Mouret
No lugar habitualmente ocupado pelo próprio Mouret, um ator sublime: Vincent Macaigne.
Aftersun (2022), de Charlotte Wells
Entre Joanna Hogg e o começo de Lucrecia Martel.
Alcarrás (2022), de Carla Simón
Filme agradável pelas crianças, mas um tanto esquecível.
Objetos de Luz (2022), de Acácio de Almeida e Marie Carré
Jogos de imagens que brincam com a luz.
Don Juan (2022), de Sèrge Bozon
Um começo inspirado e um desenvolvimento meio frouxo, mas ainda satisfatório. Pena porque parecia ser bem melhor.
Distopia (2021), de Tiago Afonso
Denúncia importante num formato meio quadrado.
Vocè Tem que Vir e Ver (Teneis que Venir a Verla, 2022), de Jonás Trueba
Dois casais mais chatos que aberturas de festivais se encontram mais por obrigação do que por prazer e discutem sobre diversas coisas. Cinema pequeno burguês, de gosto médio, com citação ao filósofo da moda (Sloterdijk) e praticamente sem humor.
O Deus do Cinema (Kinema no Kamisama, 2021), de Yoji Yamada
Yamada ultrapassa a faixa do melodrama e se torna piegas demais. O personagem é simpático, mas com essa vida, só bebendo mesmo.
Com Amor e Fúria (Avec Amour et Acharnement, 2022), de Claire Denis
Uma pena que os dois piores filmes que vi pela primeira vez nesta 46ª Mostra foram de diretoras que já admirei. No caso da Denis, acredito que haja um certo desconforto com o estilo que ela própria ajudou a popularizar, o tal do cinema de fluxo e o que sobrou dele.
Camarera de Piso (2022), de Lucrecia Martel
Curta-metragem exibido antes de Distopia, que nos indica não só uma falta de inspiração de sua diretora, mas uma completa incapacidade de perceber isso.
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+++ texto com dicas da programação:
+++ texto sobre os dois filmes de Jean Eustache