Anabela Moreira

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Há algo nessa atriz portuguesa que me encanta. Provavelmente é seu olhar extremamente melancólico, de quem parece estar sempre à beira de um surto. Uma fragilidade que a torna mais atraente, cinematograficamente falando também.

Ela é revelada por João Canijo em Noite Escura (2004), mas me chamou mesmo a atenção em Mal Nascida (2007), também de Canijo. Foi um filme que vi duas vezes na programação da Mostra SP, naquele ano ou depois, e para mim continua sendo o melhor desse diretor.

Em Sangue de Meu Sangue, o ponto de virada (para pior, por enquanto) do cinema de João Canijo, é dela a cena mais forte, a da humilhação que sofre num escritório, expondo sua intimidade para um homem nojento. Forte e desagradável.

Quando em Curitiba, podia ver o que estava passando na RTP, e vi trechos da novela No Lado A, que se passa nos anos 1980. Pude notar que sua interpretação continua a mesma, com uma hiper-sensualidade e a mesma feição melancólica, mesmo quando seduz um homem. A novela, aliás, me pareceu fraca.

Ela está também no horroroso Diamantino (2018), de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, com sua irmã Margarida Moreira. Mas apesar de interpretar umas bombas, é uma atriz que merece maior atenção.