
O Despertar da Besta, de José Mojica Marins
– Novo blog, velhos costumes. Bem, nem todos. Espero não deixar este blog abandonado como deixava o anterior. Mas eis a volta do post esquizofrênico, como nos velhos tempos de chip hazard.
– Oscar 2016. Meu lado jornalista viu todos os filmes que concorriam às principais categorias. Incrível como muita gente gosta de O Filho de Saul. Acham que é novidade, o que, sinceramente, me escapa. Não acho a trama abjeta, como alguns sugeriram. Meus problemas com o filme estão todos na esfera formal (e é justamente isso que tem conquistado as pessoas, pelo que percebo). Aquela câmera pernilongo não me convence em momento algum. Adoro Lili Marlene. E O Filho de Saul é o oposto de Fassbinder.
– A vitória de Spotlight ao menos serviu para tirar o principal Oscar do exibicionista O Regresso. Não é um mal filme, pelo contrário, embora esteja próximo demais do academicismo. Ainda assim, em tempos de direções indigentes (que já se tornaram a regra, logo, também acadêmicas), como a de A Grande Aposta, melhor um feijão com arroz do que um jiló estragado.
– O Cavalo de Turim (2011), último longa de Béla Tarr, estreou em São Paulo, numa sala pequena do Arteplex. É um grande filme, dos maiores do século.Escrevi sobre o filme para a Folha.
– Uma grande notícia é a mostra em homenagem aos 80 anos de José Mojica Marins, na Cinemateca Brasileira, de 10 de março a 04 de abril. Quem é de São Paulo precisa acompanhar (e quem não é, seria bom cogitar uma temporada por aqui). Serão exibidas suas obras-primas (Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver e O Despertar da Besta), filmes subestimados (Finis Hominis, Exorcismo Negro, Delírios de um Anormal), importantes por representarem uma guinada e um retorno (À Meia Noite Levarei Sua Alma, A Encarnação do Demônio), entre outros filmes que precisam de revisão (confesso que não gosto dos que realizou sob pseudônimo, e creio que não seja preconceito de minha parte). Nunca vi: Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro e D’Gajão mata para Vingar.
– Nesta nova fase de escutar muito, quase que somente, soul, funk e rap, tenho reouvido coisas maravilhosas como o primeiro do De La Soul, o segundo e terceiro discos do Public Enemy, discos do Ice T (incluindo Body Count), os dois primeiros do Ice Cube, os dois primeiros do NAS, enfim, muito rap, ritmo forte, impulsionador como um bom heavy metal.
– Órfão da NFL (o melhor esporte para se ver na TV). Chega logo, setembro. Órfão também da antiga ESPN Brasil. Órfão para sempre, nesse caso.
– Terminando com uma tardia homenagem ao gênio David Bowie, que nos deixou em 10 de janeiro, dois dias depois do lançamento de sua obra-prima de despedida, o LP Blackstar.
Ja vi os dois filmes do Mojica que você não viu.
Sangue e sangue é pessimo, só vale pra completar a filmografia do Mojica.
Dgajão não é grande coisa, mas lembro que gostei bastante quando assisti, um filme meio na linha dos faroestes italianos na época, acho que Dgajão está para o faroeste italiano o que o Sina do Aventureiro está para o faroeste clássico estaunidense.
O eterno fã do Paul McCartney se tornando fã de hip hop, o mundo gira mesmo rs. Falaram do Kendrick, outro disco bem foda mais recente é My Beautiful Dark Twisted Fantasy, do Kanye West. Sim, é aquele cara chato e nervoso que tem um ego bem problemático, mas o álbum é foda (e ele pega muita influência de prog rock buscando texturas novas pro pop e pro rap – que com ele são praticamente uma coisa só).
vou ouvir. Tinha escutado um disco do Kanye West e não achado grande coisa. Mas esse eu não conheço.
Sérgio, tirando a fotografia e alguns lampejos do Dicaprio e do tom hardy, tem mais alguma coisa interessante nesse filme? Não sei porque tanta comoção. Acho que tem mais a ver com a campanha em massa pelo Dicaprio, acho que os fãs confundem algumas coisas. Sobre a NFL, como já diria Everaldo Marques, setembro sempre chega…rs abs
também não entendo a comoção, Paulino.
vejo que sua preferência é pelo hip-hop da virada dos anos 80-90. também sou admirador-nato deste período, mas já ouviu Kendrick Lamar? Ele retomou as referências da música negra tradicional (soul, funk, jazz) e com temáticas atuais, associadas aos seus próprios fantasmas, criou uma obra-prima.
Estou com vários discos do Kendrick Lamar para escutar. Já me falaram muito bem dele.