A Lente do Amor

lente

Vi os dois primeiros filmes de Griffin Dunne no cinema. O primeiro, A Lente do Amor, porque na época, 1997, via qualquer coisa com a Meg Ryan. O segundo, Da Magia à Sedução (1998), sei lá por qual motivo, já que não tinha gostado de nada do primeiro.

Outro dia peguei A Lente do Amor passando na HBO. Tinha começado há uns dez ou quinze minutos, e eu precisava trabalhar em um texto. Vez ou outra dava uma olhada para a tela, e numa dessas olhadas peguei a cena curiosa em que Matthew Broderick pinta uma parede que projeta a imagem de sua ex-namorada, Kelly Preston, captada sei lá como (e também não lembro) de outro apartamento. Após essa cena curiosa passei a olhar com mais frequência para a TV, até a aparição de Meg Ryan (que a esta altura eu já nem lembrava mais que estava nesse filme).

Aos poucos comecei a entender o que se passava e deixei o texto para depois (fui dormir bem tarde nesse dia). O filme simplesmente me fisgou. A direção era eficiente o bastante para me segurar, assim como a crueldade desses dois rejeitados, Ryan e Broderick, na tentativa de separar Preston de Tchéky Karyo, o francês garanhão que havia roubado ela do Milky Way man Broderick.

No final, fiquei me perguntando o que me levou a rejeitar o filme na época, e querendo rever Da Magia à Sedução. O ator dos maravilhosos Um Lobisomem Americano em Londres e Depois de Horas revelou-se, para mim, após quase duas décadas, um diretor no mínimo interessante, a ser seguido mais de perto. Quem diria?

Talvez Hollywood tenha regredido tanto que não seja mais capaz de entregar filmes bem dirigidos dentro de uma fórmula batida como a da comédia romântica. Hoje, quando é possível ver um desses filmes até o fim, normalmente é por causa do desempenho dos atores. Talvez eu estivesse, em 1997, rodeado de tantos belos filmes que esse, em comparação, pareceu-me frágil. Claro, o mais provável é uma conjunção dessas duas hipóteses.

 

6 Respostas

  1. Avatar de Lucas Rocha

    Isso da comédia romântica ter ficado depauperada é muito notável. Outro dia, falava com um amigo que gostava de comédias românticas. Ele pediu exemplos, aí citei “Se Meu Apartamento Falasse” e algumas screwball comedies. Ele perguntou por filmes mais recentes, não soube responder. O mais recente que consigo chegar é 1989. O ano de “Harry & Sally”, que é uma obra-prima do gênero e conta com a aqui mencionada e belíssima Meg Ryan.

    1. Avatar de Sérgio Alpendre

      Nem acho uma obra-prima, mas Harry & Sally é um filme bem agradável de se ver, todo certinho e tal. Gosto do E se Fosse Verdade, do Mark Waters. Mas são mesmo raros…

  2. Avatar de Jordan Bruno

    o Griffin Dunne não fazia o papel de diretor no Ligado em Você, dos irmãos farrelly? acho que ele proprio vê com bom humor a carreira (?) como diretor…

  3. Avatar de Maicon

    Sérgio, impossível não se apaixonar pela Meg Ryan olhando essa ‘foto’.

    1. Avatar de Sérgio Alpendre

      pois é…

  4. Avatar de Yasmin

    “Da Magia à Sedução” tem ótimos momentos 🙂

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